Ana Anjos Mântua acaba de publicar este livro sobre uma senhora muito pouco conhecida : Nevada Hayes
https://www.presenca.pt/livro/a-americana-que-queria-ser-rainha-de-portugal/
Trata-se de uma versão romantizada da história de uma modesta filha de um merceeiro do Ohio que subiu as escalas financeiras e sociais no final do séc XIX e princípio do séc XX.
Uma mulher que (quase) se tornou a Princesa herdeira consorte de Portugal (quase !) e, legalmente, a Duquesa do Porto.
Em 1910 foi implantada a república em Portugal, e a família real partiu para o exílio - o rei D.Manuel e a mãe, D.Amélia de Orléans para Inglaterra (onde os Orléans estavam exilados) , a Rainha-Avó D.Maria Pia de Sabóia e o seu 2º filho, o Infante D.Afonso duque do Porto, para Itália.
D.Maria Pia morreu pouco depois em Turim 1911 e D.Afonso mudou-se para Nápoles onde vivia graças à generosidade dos primos Sabóia.
Aí o seu destino cruzou-se com o de uma bela americana duas vezes viúva e recém divorciada, conhecida na América como a "viúva 10.000.000 de dólares", que viera para a Europa à procura de um noivo de estatura social superior à dos anteriores maridos.
Flirtou com a alta aristocracia francesa e inglesa e com um príncipe egípcio, até se cruzar com o Infante D.Afonso.
Casaram em 1917 em Roma, e civilmente em Madrid, e Nevada passou a adoptar os títulos do marido, duquesa do Porto e princesa-herdeira de Portugal.
(D.Manuel estava casado desde 1913 e não tinha filhos pelo que o tio era o seu sucessor)
O Rei e D.Amélia ficaram horrorizados com a nova "aquisição" para a Casa Real e D.Manuel considerou o casamento morganático e retirou ao tio a posição na linha sucessória, mas ela continuou a ser tratada como Duquesa do Porto até à sua morte.
Apesar da tumultuosa vida que tivera antes, Nevada acalmou e foi uma companheira presente nos três anos seguintes até à morte de D.Afonso em 1920, sendo o seu suporte, dado que, por influência de D.Manuel e D.Amélia, os primos Sabóia retiraram-lhe a mesada e os apoios e fecharam-lhe as portas dos seus palácios.
Sendo uma pessoa de carácter simples, D.Afonso pouco se terá importado, preferindo a companhia de Nevada.
D.Afonso redigiu um testamento, considerando a mulher a sua única herdeira. Não possuía muito, mas conseguira recuperar algumas peças pessoais, jóias e pintura que deixou a Nevada.
A família real contestou o testamento, mas Nevada ganhou o caso.
O Infante D.Afonso era um personagem muito popular durante a monarquia, dedicando-se aos desportos motorizados, e conduzindo a grande velocidade (relativamente ) por Lisboa, Sintra ou Cascais no seu FIAT e gritando para os peões "ARREDA" - afastem-se, alcunha porque ficou conhecido.
Era tão popular que, sendo oficial da marinha, as autoridades republicanas enviaram um cruzador para Nápoles para recolher os seus restos mortais.
Nevada conseguiu que a aceitassem como passageira e participou nas cerimónias fúnebres de D.Afonso e no seu enterro no Panteão de S.Vicente de Fora.
Foi o único membro da Família Real a participar no funeral de D.Afonso.
D.Manuel e D.Amélia devem ter ficado felizes (pela 1ª vez) por estarem abrangidos pela Lei do Banimento que não lhes permitia entrar em Portugal
.
O livro contém várias fotos nova, pelo menos para mim.
https://www.presenca.pt/livro/a-americana-que-queria-ser-rainha-de-portugal/
Trata-se de uma versão romantizada da história de uma modesta filha de um merceeiro do Ohio que subiu as escalas financeiras e sociais no final do séc XIX e princípio do séc XX.
Uma mulher que (quase) se tornou a Princesa herdeira consorte de Portugal (quase !) e, legalmente, a Duquesa do Porto.
Em 1910 foi implantada a república em Portugal, e a família real partiu para o exílio - o rei D.Manuel e a mãe, D.Amélia de Orléans para Inglaterra (onde os Orléans estavam exilados) , a Rainha-Avó D.Maria Pia de Sabóia e o seu 2º filho, o Infante D.Afonso duque do Porto, para Itália.
D.Maria Pia morreu pouco depois em Turim 1911 e D.Afonso mudou-se para Nápoles onde vivia graças à generosidade dos primos Sabóia.
Aí o seu destino cruzou-se com o de uma bela americana duas vezes viúva e recém divorciada, conhecida na América como a "viúva 10.000.000 de dólares", que viera para a Europa à procura de um noivo de estatura social superior à dos anteriores maridos.
Flirtou com a alta aristocracia francesa e inglesa e com um príncipe egípcio, até se cruzar com o Infante D.Afonso.
Casaram em 1917 em Roma, e civilmente em Madrid, e Nevada passou a adoptar os títulos do marido, duquesa do Porto e princesa-herdeira de Portugal.
(D.Manuel estava casado desde 1913 e não tinha filhos pelo que o tio era o seu sucessor)
O Rei e D.Amélia ficaram horrorizados com a nova "aquisição" para a Casa Real e D.Manuel considerou o casamento morganático e retirou ao tio a posição na linha sucessória, mas ela continuou a ser tratada como Duquesa do Porto até à sua morte.
Apesar da tumultuosa vida que tivera antes, Nevada acalmou e foi uma companheira presente nos três anos seguintes até à morte de D.Afonso em 1920, sendo o seu suporte, dado que, por influência de D.Manuel e D.Amélia, os primos Sabóia retiraram-lhe a mesada e os apoios e fecharam-lhe as portas dos seus palácios.
Sendo uma pessoa de carácter simples, D.Afonso pouco se terá importado, preferindo a companhia de Nevada.
D.Afonso redigiu um testamento, considerando a mulher a sua única herdeira. Não possuía muito, mas conseguira recuperar algumas peças pessoais, jóias e pintura que deixou a Nevada.
A família real contestou o testamento, mas Nevada ganhou o caso.
O Infante D.Afonso era um personagem muito popular durante a monarquia, dedicando-se aos desportos motorizados, e conduzindo a grande velocidade (relativamente ) por Lisboa, Sintra ou Cascais no seu FIAT e gritando para os peões "ARREDA" - afastem-se, alcunha porque ficou conhecido.
Era tão popular que, sendo oficial da marinha, as autoridades republicanas enviaram um cruzador para Nápoles para recolher os seus restos mortais.
Nevada conseguiu que a aceitassem como passageira e participou nas cerimónias fúnebres de D.Afonso e no seu enterro no Panteão de S.Vicente de Fora.
Foi o único membro da Família Real a participar no funeral de D.Afonso.
D.Manuel e D.Amélia devem ter ficado felizes (pela 1ª vez) por estarem abrangidos pela Lei do Banimento que não lhes permitia entrar em Portugal
O livro contém várias fotos nova, pelo menos para mim.